E as formigas?
Sempre trabalhadoras, não perderam tempo. Já tinha uma porção
delas cortando pedaços das folhas do feijão caido, e já iam levando para o
formigueiro. Aquela chuva, para elas, tinha sido ótima.
Absorto com os seus pensamentos, de repente Agenor viu aquele movimento.
Se inclinou para enxergar melhor e foi notando o congestionamento de bichinhos.
Foi quando deu um estalo em sua cabeça...
" Ei, péra aí. O canteiro não está morto !...
Ele está é bem vivo ! Esses bichos não estavam aqui, antes !"
Alguns daqueles bichos se alimentam das plantas vivas, outros das plantas mortas e
outros preparam a terra e ajudam a planta a viver. E todos, quando morrem, ainda servem de adubo !
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Agenor compreendeu que a tempestade podia ter sido uma fatalidade, mas o canteiro
estava alí prontinho para ser novamente fecundado com algumas sementes.
E, Agenor, foi, aos poucos, percebendo mais:
" Depois que a vida chegou ao canteiro, ela transformou terra em pé de feijão.
Agora o feijão está se tranformando no corpo de uma porção de
formiguinhas que, depois, vão virar terra de novo e, depois..."
" É a mesma vida que está em todos, é uma vida só!
Ela transforma terra em árvore, árvore em bicho, bicho em terra."
" Ei! Quando um bicho morre, ele não morre ! A vida continua, ela só está
mudando ! A vida ... "
A vida é ..."
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