A Questão do Voto-E
no Estado da Califórnia

ÍNDICE
  1. Resumo da situação
  2. Governador Bane Urnas sem Voto Impresso
  3. Página sobre Voto-E do Secretário de Estado da Califórnia
  4. Descredenciamento da Diebold
  5. Descredenciamento das demais Urnas-E sem voto impresso

  6. Parecer da Electronic Frontier sobre Usabibilidade e Verificabilidade
  7. A Notícia no New York Times

  8. Situação do Voto-E nos demais Estados Americanos
 
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1. Resumo da situação

       No final do mês de abril de 2004, a Diebold, fabricante de urnas eletrônicas tanto no Brasil como nos EUA, foi descredenciada como fornecedora no Estado da Califórnia por decisão do Secretário de Estado Kevin Shelley, devido problemas apresentados em seus equipamentos de votação eletrônica.

       Em 28 de setembro de 2004, o Governador da Califórnia, o conhecido ator Arnold Schwarzenegger, assinou lei estadual para que a partir das eleições de 2006 todas as urnas eletrõnicas utilizadas na Califórnia emitam o Voto Impresso Conferido pelo Eleitor (VICE), possibilitando a recontagem dos votos e a auditoria verdadeira da apuração eletrônica.

       Os demais fabricantes americanos de urnas-e também tiveram seus equipamentos preventivamente descredenciados até que os adaptassem a normas de segurança como a adoção de um sistema de Voto Impresso Conferido pelo Eleitor.

       Até maio de 2004, nove estados americanos haviam decidido adotar o Voto Impresso Conferido pelo Eleitor em suas urnas-E como forma de controlar a apuração eletrônica: Califórnia, Nevada, Oregon, Illinois, Missouri, New Hampshire, Alaska, Maine e Ohio. Mais informações podem ser vistas na Verified Voting e no Relatório da Election Reform Information Project.

       Como revela notícia no New York Times, de 01 de maio de 2004, dois pontos influenciaram a decisão do Secretário de Estado Shelley de ser mais rigoroso no caso da Diebold:

  1. A Diebold trocou o software das urnas por versão não-certificada nas Primárias de Março;
  2. Seus técnicos mentiram aos Oficiais de Estado durante a averiguação, para esconder os problemas.
A Diebold também é a fornecedora das urnas-e brasileiras compradas em 1998, em 2000 e das que estão sendo fabricadas este ano de 2004, tendo sido a única empresa a participar da concorrência do TSE neste ano. Aproximadamente, das 400 mil urnas-e que serão utilizadas nas eleições brasileiras de 2004, 350 mil serão de fabricação da Diebold, que também será a fornecedora do software de 100% das urnas-e.

       Curiosamente, em 2000, também ocorreram aqui no Brasil os mesmos dois fatos denunciados nas primárias americanas de 2004:

  1. O software das urnas foi trocado por versão não certificada
    (ver Perícia em Camaçari 2000);
  2. Os técnicos responsáveis também mentiram para esconder os problemas
    (ver Relatório Unicamp).
A atenuante para a Diebold, no caso do Brasil, é que a responsável por estas irregularidades era a Secretaria de Informática do TSE e não a Diebold diretamente.

       Mas é grande a diferença de como se trata este tipo de problema lá nos EUA e aqui no Brasil. Lá a responsável foi banida do sistema e a grande imprensa divulga o problema, apesar dos outros fatos políticos e econômicos que demandam atenção. Aqui, o responsável continua atuando sem nenhuma restrição como responsável técnico geral das eleições e a grande imprensa ignora como se o problema não existisse.

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