Era uma vez um Nada.
Um Nada beeeem grande.
Tão grande que ocupava todos os lugares.
E não cabia mais nada em lugar nenhum.(Talvez se deva dizer:
E não cabia mais Nada em lugar nenhum)De repente.... Não mais que de repente...
(e eu, também, não sei porque,
talvez porque o Nada tivesse comido algo estragado)
O Nada soltou um Pum!Como o Nada era muito grande,
o Pum também era muito grande.
Era o Grande Pum.Foi um Pum tão forte,
que o seu cheiro se espalhou por toda parte.
E não ficou sem cheiro, lugar algum.Em qualquer lugar que por ventura estivesse alguém
(e não me pergunte de onde surgiram as pessoas,
pois eu não sei e isso não importa)
era possível sentir aquele budum.Era um cheiro tão forte que todos o sentiam.
Foi, então, muito irritadas, que as pessoas começaram a se acusar:
— Foi você que soltou o Pum!
— Não, não fui eu. Foi você.
— Eu não. Acho que foi ele.
— Sim, deve ter sido ele. Só dizendo que foi ele, as pessoas concordavam.
Então, ele foi ficando cada vez mais falado e famoso,
e acabou ganhando um nome: Ele.Tudo que acontecia, de bom ou de ruim, era culpa d'Ele.
O zum-zum-zum era tanto que o juiz (um homem que sabia muitas coisas), pensou que talvez ninguém fosse culpado, resolveu por panos quentes e disse:
— Não foi ninguém que soltou o Pum. Quem soltou foi o Nada. Ninguém acreditou no juiz. Isto não fazia o menor sentido.
Como que o Nada podia soltar um Pum?
Esse juiz (que sabia de muitas coisas) devia ter inventado essa história de que foi o Nada que soltou um Pum, só para proteger o culpado.Ah! Então ele sabia quem era o culpado!
E como será que ele sabia quem era o culpado?
Ah aaah... Só podia ser o próprio juiz que soltou o Pum.— Foi o juiz que soltou o Pum.
— Eu não. Foi o Nada.
— Que nada? Foi ele mesmo. Foi ele e não Ele.
— Ele, quem?
— Ele.
— Nãoooo Ele. Foi ele.
— Mas foi o que eu disse.
— O que você quer dizer com isso?
— Que foi ele.
— Mas eu já disse que foi o Nada.
— Que nada !
— Que Nada ?
...
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