Jornal do Voto-E

Recorte da     O ValeParaibano
São José dos Campos, 15 de setembro de 1999

Simpósio em São José discute falhas na votação eletrônica
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Técnicos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) de São José dos Campos realizaram ontem uma mesa redonda sobre a segurança do sistema de votação eletrônica no Brasil. A discussão fez parte do Simpósio de Segurança em Informática realizado pela divisão de Ciências da Computação do ITA.

Especialistas na área identificaram falhas que podem colocar em risco a legitimidade do voto.

"O sistema de urnas eletrônicas no Brasil não é seguro", disse o engenheiro Amílcar Brunazo Filho que há três anos estuda o tema por meio de um Fórum de debates na Internet. O sistema de votação eletrônica foi implementado em 96 no Brasil.

Segundo ele, os principais problemas estão no programa da urna eletrônica --que contém o funcionamento do sistema de votação. "Se este programa for alterado, os dados do eleitor e até o seu voto poderão ser violados".

Brunazo disse que a principal falha é justamente deixar disponível na mesma máquina dois dados importantes --o código do eleitor e a sua opção de voto. "Sem contar que o eleitor não tem como conferir seu voto."

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou projeto de lei no Congresso que propõe alterações na Legislação Eleitoral. Uma das sugestões é que o voto seja impresso, conferido pelo eleitor e depois depositado na urna. O projeto também prevê auditoria em 3% das urnas --que serão escolhidas pelos fiscais do partido-- para recontagem dos votos.

OUTRO LADO - O secretário de informática do TSE, Paulo César Bering Camarão, negou que as urnas eletrônicas coloquem em risco o resultado da votação.

Segundo ele, o programa foi concebido dentro de critérios de segurança suficientes para garantir a legitimidade do resultado. "O TSE cumpre todas as determinações da lei e garante que o sistema foi concebido dentro de normas e critérios que oferecem total segurança ao eleitor."

(JF)

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