Jornal do Voto-E

Recorte do Jornal     A Tribuna
Santos, 19 de dezembro de 2000

Urna eletrônica: orgulho nacional?
Walter Lima
editor de A Tribuna Digital

[Página original]

Navegando pela Internet, encontrei um site de enquetes com perguntas e respostas daquelas que deixam você pensando será que eles acham que somos (os internautas) idiotas? Na verdade, os programinhas para fazer esse tipo de pesquisa estão disponíveis gratuitamente pela rede e todo mundo que desejar pode utilizá-los da forma que achar melhor. Isso é uma das coisas boas da Web, a propagação de tecnologia.

Porém,uma perguntinha no site deixou-me pensativo. Qual o maior orgulho nacional? Entre as alternativas, o nome de Gustavo Kuerten, merecidamente. Mas a opção Urna Eletrônica me deixou encafifado. Por que essa pergunta? Me questionei.

Ah! Lógico, com a confusão da eleição americana, onde alguns Estados utilizam sofisticadas urnas eletrônicas e outros vão de voto manual, o nosso sistema eleitoral foi cantado em verso e prosa como solução para os atrasados americanos.

Dizer que as últimas eleições nacionais foram muito mais rápidas para votar e apurar, em relação ao voto manual, é uma verdade incontestável. Mas afirmar que o sistema é perfeito, isso seria, no mínimo, perigoso. Há muita gente que, até judicialmente, contesta o sistema embutido na urna eletrônica brasileira. Para conhecer melhor esse pessoal, basta digitar www.brunazo.eng.br/voto-e/

Enquanto esse assunto fica no debate tecnologicamente elitizado, a nossa urna eleitoral enche de orgulho o peito dos brasileiros. As falhas aconteceram, mas longe de achar que o nosso sistema é a solução. Tanto que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) declararam que vão desenvolver em conjunto um novo sistema eleitoral. Anúncio feito um dia depois do tão esperado final das conturbadas eleições presidenciais.

Eles querem criar um modelo de votação confiável, mais simples e barato, afirma o presidente do MIT, Charles Vest. A solução, entretanto, ainda não foi apresentada. Especialistas do MIT e do Caltech disseram que vão analisar as tecnologias de votação existentes e tentar fazer aperfeiçoamentos.

Essa história de orgulho nacional me lembra muito o fusquinha relançado por Itamar Franco.


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