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O PDT entrou ontem com um pedido de impugnação dos programas
de computador usados nas urnas eletrônicas nas eleições municipais de 2000 no
Tribunal Superior Eleitoral. Baseados no relatório do engenheiro Amílcar Brunazo Filho,
credenciado pelo partido para fazer as avaliações dos sistemas eleitorais, os pedetistas
argumentam que os partidos não poderão fiscalizar as urnas, como prevê
a legislação.
Além disso, segundo a ação, um dos programas - responsável pela
segurança dos dados que é trocado a cada eleição - não foi apresentado para
análise por ser feito pelo Centro de Pesquisas em Segurança das Comunicações
(Cepesc), órgão da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
"Trata-se, no nosso entender, de fato gravíssimo que macula a normalidade e legitimidade das
eleições, pois não há como admitir a interferência direta de órgão
do Poder Executivo nos sistemas informatizados de votação e totalização. É
gravíssima a distorção mencionada com repercussões, inclusive, na órbita
constitucional. Admitir a interferência de órgão da Presidência da República
cujos titulares pertencem a partidos políticos diretamente interessados no resultado das
eleições significa permitir a usurpação de competência do Tribunal Superior Eleitoral.
O não eqüacionamento dos problemas levantados nesta petição terá o
condão de macular todo o processo eleitoral, lançando graves suspeitas sobre a lisura e
imparcialidade das eleições",
escreveram os advogados do PDT.