A extrema vulnerabilidade apontada em perícia no sistema de
votação do Senado impõe que se faça uma outra perícia em um sistema muitíssimo mais importante.
Refiro-me, é óbvio, à urna eletrônica que o Brasil adotou e generalizou para todos os
municípios no pleito do ano passado.
Um modelo que se tornou, de resto, uma espécie de orgulho da ciência e da arte tupiniquins,
em especial depois do fiasco que revelou ser o modelo dos EUA.
Um grupo de cidadãos e peritos em informática, aliás, já vem chamando a atenção faz tempo
para o que considera fragilidade do sistema adotado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O problema é que a bandeira foi erguida, politicamente, por Leonel Brizola (PDT),
que muitas vezes tende ao exagero. Aí, o pessoal acha que Brizola exagera sempre e
nem presta atenção ao que ele diz.
Não entendo rigorosamente nada de informática nem tenho nenhuma informação sobre a
confiabilidade ou não do sistema eletrônico adotado no país. Mas a lógica mais elementar
obriga as autoridades a desfazer eventuais dúvidas sobre a urna eletrônica tupiniquim.
É só raciocinar: o Senado faz poucas votações secretas. Menos ainda, portanto, são as votações
que de fato têm impacto direto sobre o futuro político dos senadores.
Se, mesmo assim, o sistema está cheio de furos, o que supor da urna eletrônica,
que dita a vida e a morte (política, bem entendido) de candidatos à Presidência da República,
ao Senado, à Câmara Federal, aos governos estaduais, às Assembléias Legislativas,
às prefeituras e às Câmaras Municipais?
Será que, diante de tantos interesses, o sistema adotado é de fato à prova de maracutaias?
Só quem pode assegurar (ou provar o contrário) é uma perícia. Já.